domingo, 9 de dezembro de 2012

Despedida por carta



Era um domingo simples como todos os outros, quando levantei para consultar a caixinha do correio, pois, durante a semana, devido à correria, nem tive tempo para olhar. De lá, retirei muitos papéis, até parecia que havia um mês que eu não a consultava e já nem cabia mais nenhuma correspondência. Então, comecei a ler e de repente uma carta! Quem, em pleno século 21, recebe uma carta do seu melhor amigo? Só eu. Abri e em singelas palavras, ele dizia: “Minha amada...” E nas últimas linhas: “Por isso me despeço de você por carta. Não tive coragem de  lhe dar um abraço de despedida pessoalmente. Como iríamos chorar!” Foi quando então, comecei a desabar. Meu melhor amigo, foi embora e nem sabia mais quando viria a Paracatu, para nos ver. Como pode isso? Meu melhor amigo? E na carta ele dizia também que perderíamos o contato pela internet e pelo telefone, porque ele não mais faria uso dos meios de comunicação. Ele não terá mais tempo, o estudo o consumirá bastante. E assim, minha semana começou. Triste com esta notícia. Não teria mais com quem compartilhar tudo. Contar as fofocas, as novidades. Sentir ciúmes, brigar e por aí vai. Não que eu não tenha mais ninguém no mundo, no qual possa retribuir este apreço que sentia por ele. Alguém que eu admire e também possa chamar de amigo.  Mas é que ele é incomparável a todos os outros amigos (as) e colegas. Ele é especial e agora foi embora, deixando-me apenas, um papel bem amassado, com sua letra meio feia, mas com boas intenções: de fazer-me guardar sua imagem pra sempre em minha memória, de querer daqui uns anos,  voltar para reviver todos os momentos que compartilhamos, de impedir lágrimas no último abraço.  E assim, o mês continua e o ano se finda. Sem a companhia do meu melhor amigo. 

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