Despedida por carta
Era um domingo simples como todos os outros, quando levantei
para consultar a caixinha do correio, pois, durante a semana, devido à
correria, nem tive tempo para olhar. De lá, retirei muitos papéis, até parecia
que havia um mês que eu não a consultava e já nem cabia mais nenhuma
correspondência. Então, comecei a ler e de repente uma carta! Quem, em pleno
século 21, recebe uma carta do seu melhor amigo? Só eu. Abri e em
singelas palavras, ele dizia: “Minha amada...” E nas últimas linhas: “Por isso
me despeço de você por carta. Não tive coragem de lhe dar um
abraço de despedida pessoalmente. Como iríamos chorar!” Foi quando então, comecei a desabar. Meu
melhor amigo, foi embora e nem sabia mais quando viria a Paracatu, para nos
ver. Como pode isso? Meu melhor amigo? E na carta ele dizia também que
perderíamos o contato pela internet e pelo telefone, porque ele não mais faria
uso dos meios de comunicação. Ele não terá mais tempo, o estudo o consumirá
bastante. E assim, minha semana começou. Triste com esta notícia. Não teria
mais com quem compartilhar tudo. Contar as fofocas, as novidades. Sentir
ciúmes, brigar e por aí vai. Não que eu não tenha mais ninguém no mundo, no
qual possa retribuir este apreço que sentia por ele. Alguém que eu admire e também possa chamar de amigo. Mas é que ele é incomparável a todos os outros amigos (as) e colegas. Ele é especial e agora foi embora,
deixando-me apenas, um papel bem amassado, com sua letra meio feia, mas com
boas intenções: de fazer-me guardar sua imagem pra sempre em minha memória, de querer daqui uns anos, voltar para reviver todos os momentos que
compartilhamos, de impedir lágrimas no último abraço. E assim, o mês continua e o ano se finda. Sem a companhia do meu melhor amigo.
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