Estava em casa no computador ajudando
o papai quando mamãe chamou-nos pra tomar o café da tarde. Intrigada com o
horário fomos rapidinho quando perguntei se alguém me acompanharia na missa de
hoje. Estava muito frio, mamãe cheia de
coisas para resolver e papai dizendo pra eu deixar para o domingo. Uma certeza,
eu tinha: não poderia faltar, pois, pelo menos no próximo domingo, viajarei e
acho que não será possível encontrar uma igreja noutra cidade, visto que minha
passagem será muito rápida. Tornei a abrir a boca querendo outra companhia pra
ir comigo até uma vizinha do bairro para ver se ela poderia fazer minha
sobrancelha num horário extra e denovo, ninguém queria ir comigo. Respirei fundo e
escondi a tristeza de ter que caminhar cinco minutos, próximo a minha casa, mas
sozinha, no frio e com um certo medo. Troquei de roupa e fui em direção a porta,
quando então, alguém tocou a campainha, chamando-me pelo nome. Pelas grades, vi o rostinho de uma amiga. Pedi que esperasse um minutinho. Voltei, e pedi para minha
irmã, que não deixasse minha cachorrinha solta. Corri para minha mãe e disse: “Mãe
a Jéssica, está aqui”. E sorri. Gritei pro papai, não soltar a cadela maior, a
guardiã de nossa casa, uma vez que ele já estava preparando para isso. Abri
o portão e levei um susto! Além da menina que me chamou, estava outra. Uma
amiga linda que havia visto na parte da manhã. Nem acreditei. Uma visita surpresa,
de duas pessoas especiais. Convidei-as para entrar e elas não quiseram.
Perguntei que milagre era esse, de onde vinham e para onde iam. Explicaram-me
que estava num bar, ali próximo, que os demais meninos estavam lá e vieram me
chamar pra dar um rolé pela cidade com eles. Falei que já estava de saída e se
eles poderiam ir comigo na mulher da sobrancelha e depois decidia a respeito.
Elas falaram que estavam com pressa e que os meninos deram a elas 15 minutos.
Insisti novamente para que entrassem e que eu conversaria com meus pais.
Afinal, ainda estava super cedo, mas como estava frio e nossa família não tinha
plano algum para sair, os cachorros seriam soltos das coleiras, a casa já seria
trancada e nós nas mesmas atividades de sábado à noite em casa, preparados para
o repouso. Falei para as meninas sentarem, talvez eu fui até “sem tipo”, não
abracei-as, nem cumprimentei direito e muito menos ofereci uma água sequer.
Chamei mamãe que ficou conversando com elas enquanto eu trocava de roupa.
Rapidinho, arrumei, dei um beijo no meu pai e disse que estava indo para o
bairro do lado e que logo voltaria. Ele nem me respondeu direito. Voltei para a
sala onde as meninas estavam e pedi mamãe dinheiro e ela disse pra eu pedir
papai. Aí, eu ri e disse “mas se eu pedir pra ele, ele não vai querer me dar”.
As meninas riram comigo. Na instante, havia fotos, e numa, meu pai entrevistava um jogador que já foi do
flamengo e muito famoso; e minha amiga,
perguntou quem era. Tropecei para responder e minha mãe foi completar, mas
acabou confundindo, pedindo o meu pai para falar. E de lá (do cômodo ao lado),
ele, respondeu meio de qualquer jeito. Percebi pelo tom da voz, que
estava com "ciuminho" porque eu iria sair. (Só nós aqui de casa, sabemos do amor e proteção que ele tem por mim). Eu até compreendo, porque quando a situação é contrária, o
ciúme também é recíproco. Mas, bem, saímos, fomos pra um bar próximo da minha
casa. Chegando lá, encontramos os meninos e decidimos ir pra um barzinho mais
animado conforme já tinha avisado. A galera bebeu, um dos meninos ficou só no “refri”,
eu no “suquinho” e uma das amigas deliciou uma tijela de caldo. Estava super frio, o clima
maravilhoso. Sorrimos bastante e conversamos muito! Um dos assuntos foi sobre
Deus. Mesmo na mesa de um bar, o que não é muito comum, falamos sobre seu
poder, amor e importância pra todos nós. Foi um misto de evangelização e assuntos
típicos da vida de jovens. O que mais me marcou foi a simplicidade de todos estes
amigos, que fizeram do momento, ser único. Sair no improviso foi bem melhor do
que quando marcamos uma semana antes. Para complementar, um fato engraçado foi
que uma menina parou em frente o barzinho que estávamos e desceu pra comprar
algo, largando o carro no meio da rua e a outra companheira, no banco ao lado
da do motorista. Uma fila de automóveis começou a se formar e o carro lá,
parando o trânsito. Pensei: “É só em Paracatu mesmo. Tem de tudo por aqui”! Resolvida
a situação e depois de muita conversa
jogada fora entre nós, ocupantes da mesa, a galera decidiu assistir filme. Como
sei que eu não estava por conta, que se eu demorar minha mãe me encheria de
ligações e que se eu chegar muito tarde em casa meus pais brigariam, além do meu
cansaço devido a correria durante na semana toda, falei que iria pra casa. Então, antes do filme, eles me deixaram em
casa. Fomos embora, ao som de uma musica que parecia a mistura do samba e toques
típicos de macumba (é o que nossa criatividade definiu) e logo, escutamos “Sou
foda”. Ao chegar, só pude agradecer pela
companhia deles. Foi muito divertido e digo: quero bis!
Nenhum comentário:
Postar um comentário