domingo, 20 de maio de 2012

Sábado entre amigos


Estava em casa no computador ajudando o papai quando mamãe chamou-nos pra tomar o café da tarde. Intrigada com o horário fomos rapidinho quando perguntei se alguém me acompanharia na missa de hoje. Estava muito frio,  mamãe cheia de coisas para resolver e papai dizendo pra eu deixar para o domingo. Uma certeza, eu tinha: não poderia faltar, pois, pelo menos no próximo domingo, viajarei e acho que não será possível encontrar uma igreja noutra cidade, visto que minha passagem será muito rápida. Tornei a abrir a boca querendo outra companhia pra ir comigo até uma vizinha do bairro para ver se ela poderia fazer minha sobrancelha num horário extra e denovo, ninguém queria ir comigo. Respirei fundo e escondi a tristeza de ter que caminhar cinco minutos, próximo a minha casa, mas sozinha, no frio e com um certo medo.   Troquei de roupa e fui em direção a porta, quando então, alguém tocou a campainha, chamando-me pelo nome.  Pelas grades, vi o rostinho de uma amiga. Pedi que esperasse um minutinho. Voltei, e pedi para minha irmã, que não deixasse minha cachorrinha solta. Corri para minha mãe e disse: “Mãe a Jéssica,  está aqui”. E sorri. Gritei pro papai, não soltar a cadela maior, a guardiã de nossa casa, uma vez que  ele já estava preparando para isso. Abri o portão e levei um susto! Além da menina que me chamou, estava outra. Uma amiga linda que havia visto na parte da manhã. Nem acreditei. Uma visita surpresa, de duas pessoas especiais. Convidei-as para entrar e elas não quiseram. Perguntei que milagre era esse, de onde vinham e para onde iam. Explicaram-me que estava num bar, ali próximo, que os demais meninos estavam lá e vieram me chamar pra dar um rolé pela cidade com eles. Falei que já estava de saída e se eles poderiam ir comigo na mulher da sobrancelha e depois decidia a respeito. Elas falaram que estavam com pressa e que os meninos deram a elas 15 minutos. Insisti novamente para que entrassem e que eu conversaria com meus pais. Afinal, ainda estava super cedo, mas como estava frio e nossa família não tinha plano algum para sair, os cachorros seriam soltos das coleiras, a casa já seria trancada e nós nas mesmas atividades de sábado à noite em casa, preparados para o repouso. Falei para as meninas sentarem, talvez eu fui até “sem tipo”, não abracei-as, nem cumprimentei direito e muito menos ofereci uma água sequer. Chamei mamãe que ficou conversando com elas enquanto eu trocava de roupa. Rapidinho, arrumei, dei um beijo no meu pai e disse que estava indo para o bairro do lado e que logo voltaria. Ele nem me respondeu direito. Voltei para a sala onde as meninas estavam e pedi mamãe dinheiro e ela disse pra eu pedir papai. Aí, eu ri e disse “mas se eu pedir pra ele, ele não vai querer me dar”. As meninas riram comigo. Na instante, havia fotos, e numa,  meu pai entrevistava um jogador que já foi do flamengo e muito famoso;  e minha amiga,  perguntou quem era. Tropecei para responder e minha mãe foi completar, mas acabou confundindo, pedindo o meu pai para falar. E de lá (do cômodo ao lado), ele, respondeu meio de qualquer jeito. Percebi pelo tom da voz, que estava com "ciuminho" porque eu iria sair. (Só  nós aqui de casa, sabemos do amor e proteção que ele tem por mim). Eu até compreendo, porque quando a situação é contrária, o ciúme também é recíproco. Mas, bem, saímos, fomos pra um bar próximo da minha casa. Chegando lá, encontramos os meninos e decidimos ir pra um barzinho mais animado conforme já tinha avisado. A galera bebeu, um dos meninos ficou só no “refri”, eu no “suquinho” e uma das amigas deliciou uma tijela de caldo. Estava super frio, o clima maravilhoso. Sorrimos bastante e conversamos muito! Um dos assuntos foi sobre Deus. Mesmo na mesa de um bar, o que não é muito comum, falamos sobre seu poder, amor e importância pra todos nós. Foi um misto de evangelização e assuntos típicos da vida de jovens. O que mais me marcou foi a simplicidade de todos estes amigos, que fizeram do momento, ser único. Sair no improviso foi bem melhor do que quando marcamos uma semana antes. Para complementar, um fato engraçado foi que uma menina parou em frente o barzinho que estávamos e desceu pra comprar algo, largando o carro no meio da rua e a outra companheira, no banco ao lado da do motorista. Uma fila de automóveis começou a se formar e o carro lá, parando o trânsito. Pensei: “É só em Paracatu mesmo. Tem de tudo por aqui”! Resolvida a situação e  depois de muita conversa jogada fora entre nós, ocupantes da mesa, a galera decidiu assistir filme. Como sei que eu não estava por conta, que se eu demorar minha mãe me encheria de ligações e que se eu chegar muito tarde em casa meus pais brigariam, além  do meu cansaço devido a correria durante na semana toda, falei que iria pra casa. Então, antes do filme, eles me deixaram em casa. Fomos embora, ao som de uma musica que parecia a mistura do samba e toques típicos de macumba (é o que nossa criatividade definiu) e logo, escutamos “Sou foda”.  Ao chegar, só pude agradecer pela companhia deles. Foi muito divertido e digo: quero bis!

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